Contribuições apresentadas através do ANDES-UFRGS

Contribuições apresentadas através da página do http://andesufrgs.wordpress.com/participe/ durante a greve de professores federais 2012.

Professores: Os primeiros, a ser esquecidos. Inclusive por aqueles a quem competiria instituir a educação como prioridade do Estado.

Stelio Araujo em 6 de julho de 2012 às 3:41 pm Continuamos aguardando o cumprimento das promessas do ex-ministro Haddad, agora candidato… E a real consideração pelo governo de sermos “categoria de especial interesse do estado”. Por isso somos solidários à greve de todos os funcionários públicos, mas conscientes de que temos uma reivindicação muito mais ampla de reposicionamento na pirâmide salarial que seja coerente com a afirmativa acima. “somos sim, atividade de interesse nacional”.

Comentar ↓

Stelio Araujo em 6 de julho de 2012 às 3:44 pm

Quero usar este valioso espaço para correlacionar políticas de Governos que dizem abominar a discriminação social em qualquer nível, com sua prática política, à revelia da expressa legislação em vigor no país. Veja por exemplo, a estes Governos continua interessando ver na Educação uma profissão feminina. Porque? Por que é preciso, nas falsas premissas morais e técnicas adotadas para sub-assalariar o professorado, entender que o salário das professoras seria o segundo salário familiar libertado portanto das obrigações de provimento da família, pouco importando o fato de que hoje a maioria das famílias brasileiras já são encabeçadas por mulheres com responsabilidades de provimento. É assim que tem funcionado o “feminismo” de Governos de todos os partidos e linhas políticas. Assim Governos se desfazem da sua obrigação de nortear a sociedade. Seu imobilismo revela a verdadeira opção por um sistema econômico, por uma práxis social meramente apropriativa, uma maneira de ver a natureza como o espaço operacional de uma economia baseada no extrativismo predador, porque, no caso, não exita em lançar mão da juventude, da família, da mulher e até mesmo de crianças e o que dirá de professores, na consecução do seu objetivo único: o lucro sem limites…

Comentar ↓

Stelio Araujo em 6 de julho de 2012 às 4:49 pm Parabéns tche!

Comentar ↓

Stelio Araujo em 18 de julho de 2012 às 10:37 am

Revisando! Reflitam sobre a “ousadia” do governo em propor correção para 2014 e 2015. Afinal quem pode fazer previsões sobre o desenrolar da crise mundial? Será que este governo tem bola de cristal? – TRATA-SE DE UMA FALÁCIA. Nos anos 2014 e 2015, o governo vai fazer as correções que achar que deve fazer, como sempre. Nada indica que a crise econômica vai refluir e é por isso que precisamos marcar nossa demanda como de reposicionamento na escala salarial, compatível com a importância de nossas atribuições, já assumida pelo governo e com o planejamento de uma nação produtiva e economicamente forte. Precisamos de correção em 2012 e não de “ousadias e estoicismo” do governo para 2014/2015. O país não pode ficar parado frente à crise.

Comentar ↓

Stelio Araujo em 19 de julho de 2012 às 6:08 pm Professores: O outro porque da discriminação. Muito há se falado sobre o histórico de precariedade da situação dos professores. Essa precariedade é real em muitos países e os salários não acompanham os valores típicos de mercado para as competências equivalentes em outras profissões, principalmente quando se compara a área pública com a área privada. Este é um direito do qual não podemos abrir mão na educação, porque o direito à educação é um dos direitos fundamentais do homem, a ser garantido pelo estado e não pelo setor privado.
Apesar dessa primeira observação, o fato conseguinte e verificável é que: são desenvolvidos os países que respeitam aos educadores, inclusive no aspecto remuneratório. Não existe exceção. Considerado respeitoso, um salário capaz de dotar-lhe da qualidade de vida que vá determinar a tranquilidade de poder inclusive educar seus filhos de modo a serem, talvez no futuro, professores. Isso seria ético por parte do empregador, do estado e da sociedade, porque se estaria criando condições de renovabilidade na base funcional dos professores. Mas não é o que se verifica, se considerado o elenco de condições inclusive psicológicas, e também de saúde e moradia necessárias a reprodução da nossa base funcional no futuro próximo, ou seja, daqui a vinte anos, dos quais os cinco atuais já virão marcados pelo decesso salarial, não seja a capacidade de luta e resistência da categoria. O governo precisa saber o porque dessa mega mobilização de professores: é que nós educadores não vamos mais tolerar a continuidade do projeto de desqualificação funcional, confirmado por um plano onde os doutores estão mal remunerados e os professores iniciantes convivem com a miséria. Os fatos apontados acima ocorrem no limite do tempo para que prejuízos maiores não aconteçam, às nossas crianças, às nossas famílias, mas principalmente ao povo brasileiro e ao Brasil, porque ocorrem na sequência de várias décadas de desprezo com a educação e de injustiças com os educadores. O FUTURO NÃO SERÁ CONSTRUÍDO COM INJUSTIÇAS.

O outro porque do preconceito atinge sem dúvida a nossa imagem pública e temos de reconhecer isso ao nos fazermos atores de um dos processos mais desgastantes da atividade humana, o aprendizado. O aprendizado vem à criança e ao jovem como o equivalente ao trabalho e o trabalho quando executado sem os instrumentos adequados, será extenuante. Principalmente não havendo os elementos motivacionais adequados.
Então vemos um quadro onde a pré-escola é desenvolvida com poucos recursos e sem muita técnica por um corpo docente motivado apenas pela emoção, porque salário não há. Isto com a recursos possíveis que a boa vontade e a experiência lhes suprem.
Naturalmente este quadro se propaga por toda a educação brasileira, alimentando um sentimento crescente de revolta no estudante e portanto na população. Que não tem como diferenciar as responsabilidades pelo atual estado de coisas entre o estado, a escola e o professor.
Aí o elemento mais visível é o professor.
Daí procedem os sintomas de hostilidade ao professorado, lembrando sempre que fenômenos equivalentes ocorrem em todos níveis da escolarização e vão se reforçando ao longo do percurso formativo do aluno se propagando à sociedade.
Este quadro faz prosperar o imaginário popular de que o bom professor é um profissional que trabalha de graça, por sacerdócio, isso se apóia tambem na história dos mestres do passado, do filósofo com seus discípulos do profeta com seus seguidores. Tais ingredientes não podem deixar de se refletir na relação aluno-professor, bidirecionalmente.
O que nos torna perplexo é ver a mídia e mesmo muitos professores, envolvidos com as atuais campanhas de amigo da escola e as vezes com muito boa vontade, mas com pouco conhecimento de causa, investirem na desprofissionalização da atividade, imaginando uma escola caritativa, onde as ofertas de trabalho comunitário, vão suprir as deficiências de recursos e de mão de obra qualificada. E o governo embarcando nessa história, o que é, sem dúvida, bastante cômodo e orçamentário.
Sempre que se falar em protagonismo comunitário na escola, tem que se falar também prá compensar e prá ser fiel aos fatos, nos baixos salários dos professores, na falta de infraestrutura e recursos pedagógicos na escola, isto por falta de crença na instituição escolar como instrumento transformador da sociedade e por falta de planejamento no governo e pelo estabelecimento de falsas prioridades no país. O protagonismo social na escola não pode ser entendido como nada a mais do que a presença de pais e da sociedade alí, o que é muito bom, para acompanhar, relatar, propor e fiscalizar.
A execução de trabalhos comunitários na escola só pode ter o significado da presença social dentro da mesma. Não se pode aceitar a responsabilização da comunidade por fazer a escola funcionar, nem substituir a sua institucionalidade. Isto no sentido de fazer a correta responsabilização de governantes e mandatários por todos os danos causados no futuro, por está contemporaneidade gritante.

Conectado pelo MOTOBLUR

Sobre Stelio Araujo

Professor do ensino técnico por 37 anos, atualmente aposentado da função pública, sempre ativo na pesquisa de temas ligados a educação, tecnologia, eletrônica e informática.
Esse post foi publicado em Sem categoria. Bookmark o link permanente.

Uma resposta para Contribuições apresentadas através do ANDES-UFRGS

  1. Stelio Araujo disse:

    Stelio Araujo em 27 de julho de 2012 às 12:46 pm
    Parabéns aos educadores da UFRGS!
    Por mostrar mais uma vez que nossas convicções são pela educação. Enquanto o governo prefere exibir decretos, que não são Leis, vamos continuar a luta.
    Está em pauta mostrar aos brasileiros que está é a atividade que encaminha o Brasil para ser realmente representativo para seu povo e no cenário mundial.
    Estamos vencendo a batalha da mídia o que indica ser este o momento certo para nossas justas demandas, a quanto tempo negociadas e reprimidas, isso indica que já existe alguma compreensão popular sobre a insubstitulidade da tarefa da educação e dos educadores no processo de desenvolvimento do país.

Deixar mensagem para Stelio Araujo Cancelar resposta